sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Os efeitos nocivos do Big Brother Brasil

...O programa Big Brother atrai um telespectador cognitivamente formatado para não questionar o propósito da indústria do entretenimento, alguém que suprimiu seu senso crítico e absorveu na sua cosmovisão uma apreciação a tudo que remete a banalização da vida em sociedade.


Embora tenha corrido na internet rumores sobre um suposto término do contrato da Rede Globo com a empresa holandesa Endemol-detentora dos direitos de propriedade sobre o reality show Big Brother, o programa de entretenimento conhecido mundialmente foi produzido este ano a sua 12ª edição no Brasil. Não é preciso ser um expert em TV para deduzir que existe uma regra elementar nas emissoras quando o assunto é permanecimento de programas: é necessário dar uns pontos interessantes no ibope. Um exemplo clássico é a presença interminável do humorístico mexicano Chaves na grade de programação do SBT, que está no ar aproximadamente 26 anos. Se os pontos no aparelho medidor de audiência estão bons a atração continua no ar, isso independente se o seu conteúdo faz bem ou não a sociedade.

Diante dessa verdade já podemos inferir que a guerra pela audiência entre as redes de TV tem provocado a queda do nível de qualidade dos programas, deixando o tele-espectador a mercê de todo tipo de manipulação dos interesses milionários de seus produtores. As TVs brasileiras, seguindo o exemplo das norte-americanas, adotaram uma filosofia essencialmente pragmática, ou seja, se vale tudo para conquistar uma determinada colocação nas pesquisas de audiência, pode-se apelar para todo artifício carregado de imoralidade e sensacionalismo, pois isso dá certo.  Se o BBB ainda continua ocupando a mais de 10 anos todos os fins de noite dos primeiros meses, isso significa que existe um público que não apenas aprecia o ‘’conteúdo’’, mas também que o financia e que corresponde a suas necessidades de sustentação.

Tenho me debruçado ante a questão da pobreza cultural que permeia esta geração. Como professor, percebo nos alunos adolescentes uma total alienação a assuntos que deveriam ser vistos como importantes. Quando criança pude ainda desfrutar de um período histórico na televisão brasileira. É preciso salientar que nem tudo o que era exibido a 15,20 anos era de fato conveniente para ser assistido,mas a existia um admirável toque de criatividade nos programas da década de 1980.Chegando os anos 90,gradativamente todo o modelo televisivo foi submetido a mudanças estruturais. O fato é que o programa Big Brother atrai um telespectador cognitivamente formatado para não questionar o propósito da indústria do entretenimento, alguém que suprimiu seu senso crítico e absorveu na sua cosmovisão uma apreciação a tudo que remete a banalização da vida em sociedade.

O que o BBB tem feito com maestria:

1)Segundo alguns observadores até a sexta edição do programa, os candidatos eram escolhidos mediante critérios diferentes dos de hoje. Isso é verificável, pois basta comparar o perfil dos atuais participantes com os do início, para perceber o nítido contraste entre mulheres donas de casa, nordestinas e idosas para as de loiras corpo ‘’sarado’’ e morenas dentro do chamado padrão estético de beleza. O que se pretende afirmar aqui, é que o BBB é um convite à ostentação dos prazeres da sensualidade e de toda sorte de convenções passageiras que a nossa sociedade valoriza sobremaneira.

2)Tem oportunizado o questionamento é de valores aceitos como recomendáveis, entre eles, o sexo no casamento como a única forma de significação do ato, bem como a fidelidade dos namorados e a necessidade de não sermos ambiciosos pelo poder do dinheiro.

Agora como cristão, não posso conceber que um seguidor de Jesus possa estar envolvido em interesses no que diz respeito a esse programa.Somos chamados para remir o tempo e a usá-lo de maneira sábia e responsável.Assistir ao BBB ou qualquer outro espaço na TV que não acrescente informação,valores e conhecimento é perder o valioso tempo.Portanto ao invés de prender sua atenção naquilo que não lhe será proveitoso,vá ler um livro,ouvir uma música ou visitar um amigo que a um bom tempo não vê.No BBB não existe edificação da fé, porque não há valores espirituais anunciados e praticados.Não encontramos um substancial incentivo ao conhecimento, ao ensino e a propagação de uma cultura que constrói um homem solidário e consciente da realidade da vida. Pelo contrário, percebe-se que sendo um jogo onde todos desejam se tornar ricamente endinheirados,embalados pelo amor ao prazeres mundanos,onde muitos rompem com amizades feitas ali mesmo, provocando discórdias entre si e lançando sobre nossas crianças e adolescentes uma idealização da malignidade quando o que se tem em vista é somente conseguir ganhar dinheiro.


A vida não é apenas o material.O espiritual deve preceder a todas as nossas naturais aspirações.


Um forte abraço seu big brother em Cristo,Paulo César Jr.

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