segunda-feira, 1 de novembro de 2010

DUAS CARAS

A realidade da vida de algumas pessoas me obriga a escrever artigos. Escrevo por causa da efervescência ideológica que brota dentro de mim todos os dias. Eis a razão dos textos com um teor contundente que chegam a ser para muitos leitores do blog, escritos de caráter intimidante. Como sou idealista, não consigo me conter diante de algumas atitudes, o modo como alguns se comportam sem imaginar o quão inconsequentes estão.  Quando alguém me contesta por dizer destemidamente aquilo que penso, essa pessoa não me entristece ou me instiga a pensar em mudar a minha institual capacidade crítica de escrever, de forma alguma, pelo contrário, todas as críticas me ajudam de maneira sem igual a continuar trilhando esse caminho que apresenta a vida humana nua e crua e a decompõe nas suas mais minuciosas particularidades. Ultimamente tenho sentido uma forte pena de um grupo especifico de pessoas. Os que não se cansam de trair a sua real individualidade, tentando manter com o verniz da hipocrisia as aparências de uma suposta existência moralmente disciplinada e avidamente fanática por títulos e posições. Com certeza você conhece o perfil de um dissimulador. É o tipo de pessoa constituída de certo carisma, tem uma boa dicção (ponto forte dos manipuladores) e que faz o possível e o impossível para se manter no topo da integridade, mas que não suportaria ver seu interior, o seu eu cheio de contradições e deformidades, conhecido por todos e exposto à sociedade. No meu caminho de encontros com seres humanos de várias complexidades, conheci muitos indivíduos desta característica. Rapazes destituídos de amor próprio (pois só quem ama saudavelmente a si mesmo terá condições de amar o próximo) com alto poder de persuasão, capazes de capturar a atenção da garota mais amável da escola e em questão de minutos, fazê-la uma vítima de sua vampiresca fome sexual, deixando-a com sua vida emocional completamente massacrada. Conheci esposas que manipulavam seus maridos, recebendo os seus favores e fiel devoção, enquanto no celular as mensagens do amante não paravam de chegar. Todos são ótimos atores, brilham literalmente nos palcos dos discursos, mas são reféns de sua desonestidade pessoal. Alguns certamente são doentes do ponto de vista clínico, pois apresentam dupla personalidade e outros distúrbios psiquiátricos. Mas o que mais encontro é gente consciente de sua pérfida postura, doentes sim, mas no caráter e vivem enganando os outros e a si mesmos. Nas idas e vindas aos mais diferentes lugares percebo jovens inebriados de hipocrisia, dispostos a pagar o preço que for necessário para garantir sua afirmação perante um grupo social. Olhando para esse quadro enfadonho de biografias marcadas por falsidades existenciais, me abrigo na ainda mais na transparência do meu ser, sendo este o sinal da autenticidade que busco manifestar em todo lugar. E por ser verdadeiro, você pode enfrentar muitos desafios. Os desleais podem por um instante fazer mais sucesso que os íntegros, eles são capazes de concretizar projetos de visibilidade e podem conquistar uma grande adesão de seguidores para suas idéias mirabolantes, mas todo esse sucesso será apenas por um instante. Para eles, o mesmo grau de intensidade é proporcional ao da efemeridade. O que pode nos sustentar e garantir a nossa permanência nos lugares e em posições onde estamos inseridos é o compromisso que temos em ter o nosso livro interior aberto, em ser o que realmente somos e parar de brincar de falsidade ideológica.

Um verdadeiro abraço verdadeiro!
Paulo César Jr.