segunda-feira, 12 de julho de 2010

Entre o chamado para ser de Cristo e a padronização religiosa

Sempre quando se ouve que alguém se converteu a Cristo, comumente imagina-se que tal pessoa adotará a partir de então, uma série de comportamentos evangelicalizados, terá que suprimir sua intrínseca personalidade para moldurar-se aos padrões existenciais estabelecidos pelos fariseus contemporâneos. Como estive nesse meio religioso, sei bem como são as coisas. E ainda mais quando no tempo de vida ativa de seminarista, onde presenciei fatos que me fizeram enxergar a superficialidade de muitos crentes, com suas mascaras de devoção ortodoxa e com o coração repleto de inveja e de toda sorte de sentimentos carnais; pois o sistema religioso inebria os fracos que possuem a necessidade de reconhecimento, com suas vantagens de auto-afirmação por meio de títulos eclesiásticos. Assim muitos seminaristas se adaptam com facilidade ao jeitinho denominacional de ser, porque sabem que se desejarem viver em conformidade com o evangelho puro e simples, terão que abandonar toda bagagem supérflua de religiosidade e, por conseguinte não obterão sucesso ministerial,pois o sistema valoriza a aparência e não a essência.Como resultado do que acontece nos seminários,grande parte dos evangélicos pregam uma deturpação do sentido real do que seja conversão.Como tudo é aparência,o individuo que se entregou a Jesus tende a querer agrada-lo,mas é discipulado pelos que valorizam a aparência,automaticamente faz de tudo para se adequar ao padrão denominacional pois acredita que é esse o modo aceitável de vida cristã.Lembremos que é em Jerusalém,a cidade dos ininterruptos sacrifícios,na casa da zelosa liderança religiosa acontecia as reuniões dos que intencionavam matar Jesus. Com uma mente renovada na liberdade do evangelho da graça, com uma visão completamente liberta do sistema crentista e com os pés no chão do caminho da fé, estamos aptos a dizer que estar em Jesus é simplesmente viver em nítida conexão com seu amor, é se ver gratuitamente reconciliado, é exalar romanos 8,isto é crer estar eficazmente justificado e eternamente salvo,mas continuando a ser gente de carne e osso,com as mesmas características culturais,com as mesmas aptidões profissionais,mantendo como gente que é,o gosto pela arte,seja de qual gênero for,enfim é não ficar com essa idéia paranóica de perfeccionismo,camuflada de santidade que só faz o mundo descrer ainda mais do que eles pregam.Onde existe a certeza da imerecida reconciliação, não há lugar para neuroses.Quem quiser seguir a Jesus desejará vida e não precisará se complicar nessa alienação religiosa que vemos hoje.Basta segui-lo com simplicidade no coração.Basta inferir que seus mandamentos são vida.E que vivamos em comunhão com o nosso chamado existencial,sem querer se maquiar com os cosméticos do proselitismo.No reino de Deus não há prosélitos e sim discípulos.Para não termos os nossos sentidos espirituais corrompidos pela astúcia dos incautos, pelos ventos de doutrinas que vem e vão, sempre será necessário repetir: a vida do evangelho é simples,não há nada a acrescentar,além da confiança de tudo está consumado.

Em Jesus,a certeza do nosso chamado.
Paulo César Jr.