terça-feira, 13 de julho de 2010

A Prioridade de estar junto, antes de fazer acontecer.

E nomeou doze para que estivessem com ele... (Marcos 3:14)

A Prioridade de estar junto, antes de fazer acontecer.



Em Cristo tudo nos serve como exemplo de aplicabilidade na vida que levamos. Isso como a vida que Ele nos deu e como vida que é Ele em nós.



O que mais encontro nas minhas idas e vindas, é gente carente de amor. Virou moda exprimir carência. Por isso os jovens estão ávidos por satisfazer suas necessidades afetivas de maneira rápida e a qualquer custo. Assim as pessoas reagem violentamente quando são surpreendidas com o término de seus namoros e casamentos e outras optam pelo suicídio como a extinguir o caos do desespero.



Quando Jesus pensou na escolha de 12 pessoas para tornarem seus discípulos, pensou na alegria de ter uma vida compartilhada, no prazer de se relacionar fraternalmente, de conviver e de aprender com a vida deles (como diz o autor de Hebreus, Ele aprendeu na obediência em nos dar o padrão de ser filhos para a glória do Pai) e isso com seres humanos falíveis como Pedro e Judas Iscariotes e gente com personalidade fortíssima como Tiago e João.



Antes de se concentrar em tudo o que seria característica do seu ministério terreno, Jesus desejou ter amigos, pois sabia que na partilha existencial seria fortalecido no seu ser, diante do cálice proposto a tomar, ou seja, a cruz. Portanto o Mestre nunca enxergou seus 12 discípulos como empregados ou subalternos. Ele os viu como amigos e cooperadores do Reino que viera estabelecer. Ele nos chama hoje a sentir o prazer de estender o nosso coração para mais perto dos nossos semelhantes.



A marca de Cristo em um homem é a expressão irrestrita de solidariedade.



A marca de Cristo em uma comunidade é o compromisso da inclusividade.



Quando Jesus elogiou o altruísmo do bom samaritano, deve ter visto estranheza na face dos discípulos. Eles não podiam conceber a idéia de que a iniciativa de um ‘’impuro’’servisse de parâmetro para o discipulado cristão. E assim é hoje. Recentemente, a imprensa comentou a atitude de alguns jogadores de futebol,que se recusaram em visitar uma entidade espírita mantida pelo clube que pertenciam,alegando que eram evangélicos. Como era de se esperar, a imprensa reagiu com duras críticas e mais uma vez os ditos seguidores de Jesus deixaram para o mundo uma imagem de preconceito e alienação religiosa.



Então, pensando nas implicações de romper com o individualismo dos nossos dias e assumir a sincera postura relacional incondicional de Jesus Cristo, veio a minha memória a propaganda televisiva de um banco, que continha o seguinte slogan:



‘’Relacionamento, o nosso maior investimento’’.



Se a igreja dita evangélica entendesse que a sua missão existencial não é construir edifícios pomposos, não é ir ao congresso e procurar se envolver com questões políticas, não é organizar reuniões fast-food de cura e prosperidade e sim exercitar na sociedade o ministério da reconciliação, veríamos uma nação efetivamente evangelizada. Portanto somente me completo como ser humano, se eu me repartir como o pão da ceia para alimentar os que estão ao meu redor, seja ao amado João ou ao traidor Judas. O partir do pão é para todos.



Como a igreja evangélica se afastou da simplicidade do evangelho da graça, as relações existentes lá, são marcadas pela superficialidade e do falso compromisso travestido de apertos de mão e abraços. Basta você começar a questioná-los para ver as coisas mudarem. Porque são praticantes de obras condicionais. Mas quem está em Cristo vive a realidade de ações incondicionais. Se Ele não o fosse, não receberia Judas, como recebeu a João.



Nele, o nosso amigo, que nos escolheu para estarmos com Ele e uns com os outros.



Paulo César Jr.