quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Aprendendo a Viver com a Crise



Segundo informações de brasileiros residentes nos grandes centros dos Estados Unidos,esse natal promete ser diferente.O cidadão americano acostumado a gastar exorbitantemente irá ter que poupar seu dinheiro e comprar somente o necessário.O espírito natalino está a cada dia menos capitalista e a sociedade consumista começa a descobrir a fugacidade do dinheiro.A conjuntura econômica americana fragilizada pelo turbilhão financeiro está proporcionando uma revisão de valores em uma nação marcada pelo desejo descomedido pela aquisição de bens materiais.
É claro que não podemos afirmar que o consumismo foi coisa do passado,mas é notório que as pessoas estão mais cautelosas temendo uma nova oscilação do mercado mundial e isso faz com que alternativas menos dispendiosas sejam adotadas pelas famílias,possibilitando um maior aproveitamento das relações pessoais.As lojas estão fazendo liquidações antes do tempo e usando todo atrativo disponível para atrair o público que está mais criterioso e seletivo.Muitos de nossos conterrâneos já estão planejando o retorno à nossa terra,pois a situação não está nada promissora.Governador Valadares que o diga.
Pena que essa conscientização existencial não chegou plenamente no Brasil,pois ainda estamos ludibriados pela propaganda do consumo ilimitado,que não cansa de nos induzir à compra,aliada a ambição do adquirir,do possuir e do mostrar.O problema não é o poder de compra e sim como interpretamos o significado da vida e é isto que a grande parcela dos americanos deixou de lado.A partir do momento que a nossa visão existencial se desprender do materialismo,buscaremos atingir as metas que são a chave na construção de um mundo melhor,passaremos a compreender melhor quem são as pessoas que nos cercam e reconheceremos a sua importância.
O mundo está vivendo uma transformação que está alterando a modo de viver das pessoas,estas estão sendo despertadas para dialogarem mais com as outras,para se libertarem do individualismo,encontrando nos relacionamentos pessoais prazer e riquezas indescritíveis.Bem mais do que o sentimento do ter possa oferecer é a vida baseada no ser.Os especialistas estão eufóricos e afirmam com entusiasmo que o nosso país será uma das futuras potências mundiais,mas se não formos controlados o suficiente para nos conduzirmos diante da possibilidade da abundância,creio que não será uma ventura tal progresso. Nossos jovens são guiados pelas tendências impostas pela mídia e a maioria não distingue suas limitações financeiras,os programas de TV estão a todo tempo exibindo demasiadamente comerciais e momentos de publicidade,onde a facilidade de comprar é altíssima e a ilusão (porque é fácil acreditar) de que podem pagar a longo prazo,escraviza milhões que se endividam e compromete seus compromissos mais necessários.É um verdadeiro labirinto.Reconheço que é possível viver comprando sem contudo ser dominado pela compulsão por aquisição e evitar que o nome seja registrado nos anais dos serviços ‘’anti-devedores’’,mas é difícil hoje com as amplas facilidades de compra,ser sensato e reconhecer até que ponto onde posso ir no caminho do cartão ou da carteira.Isso porque a atual filosofia de vida do brasileiro está mais condicionada ao prazer material imediato do que por outros motivos de suma importância.Embora recebemos da parte do nosso presidente todo encorajamento para não nos amedrontarmos diante do alcance da crise americana,a nossa maneira de viver deve ser responsabilizada caso algum problema acometa a nação porque a nossa participação na construção ou na destruição do país é real,temos de tudo para continuar melhorando,para experimentar mais crescimentos.Mas ainda podemos viver tranquilamente,basta pormos na cabeça que o dinheiro não é tudo e que a vida é o resultado de nossas escolhas,que saibamos faze-las.