quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sendo árvore de frutos....sendo pedra no sapato.

O meu processo de libertação da religiosidade se deu em virtude das experiências com a representação histórico-institucional chamada ‘’igreja’’. E quando isso aconteceu, respirei o ar da liberdade e desenvolvi meus paradigmas de ser, agir e comportar mediante o que julguei bom e agradável, em total harmonia com minha consciência. Mas antes de desse notável feito acontecer em minha vida, embora estando na condição de evangélico denominacional e ardoroso defensor do sistema religioso, apesar de me encontrar atrelado a aparência de ser alguma coisa, isso por que o meio nos impõe essa pérfida postura, percebia gradualmente a superficialidade da ‘’igreja’’. Algumas vezes os chamados irmãos me admoestavam, dizendo que eu estava errado e que deveria procurar ver os outros ‘’irmãos’’com bons olhos, outros ortodoxos diziam que meu descontentamento era fruto das constantes leituras dos livros ‘’liberais’’ do Rev. Caio Fábio e os demais com aquele ‘’papo simplicista’’ de que eu apresentava uma suposta ótica perfeccionista de julgamento, o que nunca tive, pelo menos não no nível que seja desonesto, posto que, o que eu esperava era ver ali naquela igreja, o ideal em uma comunidade, o exercício incondicional do amor e isso é perfeitamente lógico. O tema ‘’comunhão e mutualidade’’era incansavelmente proclamado pelos líderes, e isso me fazia acreditar a despeito dos erros que não passavam despercebidos por mim, que tal modelo eclesiológico era sim, de fato bíblico.

Sofri muito por tentar me enquadrar no esquema crentista, mais precisamente no da última denominação que participei. Reconheço que o meu erro foi esperar a aceitação dos meus esforços ministeriais, na busca entusiástica de ajudá-los, me davam a cada domingo a nítida negação da minha presença. Ao entrar no ‘’templo’’, recebia dos irmãos ‘’espirituais’’, sim, aqueles que vão a frente cantar e pregar,ministrar o fogo estranho,os mais firmes olhares de repugnância (recebo mais agora,quando os vejo na rua rsrs) e como não sou ‘’feito de ferro’’me entristecia sobremaneira.Os crentinhos chegaram a me pedir ‘’educadamente’’ para pensar na possibilidade de congregar em outra denominação.Esse foi o ápice da minha experiência denominacional.E por que vivi tamanha perseguição entre eles?Porque a verdade é libertadora para os humildes e confrontadora para os prepotentes.Por muitas vezes,ao lecionar na escola dominical, procurei ser verdadeiro com a minha consciência que está cativa a obdediência ao evangelho da graça e  sem dizer muito,já se via em mim,um compromisso com o essêncial na vida cristã e não com o fluxo religioso  da vã devoção.Eu fui ter com eles confiado no poder da palavra que não volta vazia e ela não volta mesmo,seja com expressões de escárnio ou com transformação de vidas.Por isso meu amado irmão-leitor,se desejar pregar a graça em uma igreja evangélica,esteja preparado para as pedras!Portando esconda-se debaixo das asas do Senhor e não deixe que o ostracismo deles impeça-o de continuar na livre missão de ser discípulo de Jesus.Como em todos os lugares que fui chamado para palestrar,compartilhei uma palavra que era potencialmente eficaz para levá-los a reflexão, mediante um ensino contundente e não o arroz e feijão em que estavam acostumados.Mas a mente deles está cauterizada pelo espírito religioso que faz com que não venham abrir mão de suas aparências e viver em transparência,mostrando sua real pecaminosidade.Ao pregar o evangelho da graça nas reuniões de mocidade, inflamava o coração dos quebrantados e apoquentava os interesses dos membros invejosos que a despeito de estarem ali anos a fio, nada fizeram de relevante.É o tipo de gente que não deseja mudanças positivas no grupo social.Conformados com o sistema,nunca vivenciarão a renovação do espirito(Rm 12:1-2).

Lembre-se que ninguém lança pedras em árvores infrutíferas.Mas as aves do céu se aninham nas árvores frondosas..figueiras sem frutos,cheias de folhas.

Na graça,que é um chamado a evolução do ser.
Paulo César Jr.


terça-feira, 13 de julho de 2010

A Prioridade de estar junto, antes de fazer acontecer.

E nomeou doze para que estivessem com ele... (Marcos 3:14)

A Prioridade de estar junto, antes de fazer acontecer.



Em Cristo tudo nos serve como exemplo de aplicabilidade na vida que levamos. Isso como a vida que Ele nos deu e como vida que é Ele em nós.



O que mais encontro nas minhas idas e vindas, é gente carente de amor. Virou moda exprimir carência. Por isso os jovens estão ávidos por satisfazer suas necessidades afetivas de maneira rápida e a qualquer custo. Assim as pessoas reagem violentamente quando são surpreendidas com o término de seus namoros e casamentos e outras optam pelo suicídio como a extinguir o caos do desespero.



Quando Jesus pensou na escolha de 12 pessoas para tornarem seus discípulos, pensou na alegria de ter uma vida compartilhada, no prazer de se relacionar fraternalmente, de conviver e de aprender com a vida deles (como diz o autor de Hebreus, Ele aprendeu na obediência em nos dar o padrão de ser filhos para a glória do Pai) e isso com seres humanos falíveis como Pedro e Judas Iscariotes e gente com personalidade fortíssima como Tiago e João.



Antes de se concentrar em tudo o que seria característica do seu ministério terreno, Jesus desejou ter amigos, pois sabia que na partilha existencial seria fortalecido no seu ser, diante do cálice proposto a tomar, ou seja, a cruz. Portanto o Mestre nunca enxergou seus 12 discípulos como empregados ou subalternos. Ele os viu como amigos e cooperadores do Reino que viera estabelecer. Ele nos chama hoje a sentir o prazer de estender o nosso coração para mais perto dos nossos semelhantes.



A marca de Cristo em um homem é a expressão irrestrita de solidariedade.



A marca de Cristo em uma comunidade é o compromisso da inclusividade.



Quando Jesus elogiou o altruísmo do bom samaritano, deve ter visto estranheza na face dos discípulos. Eles não podiam conceber a idéia de que a iniciativa de um ‘’impuro’’servisse de parâmetro para o discipulado cristão. E assim é hoje. Recentemente, a imprensa comentou a atitude de alguns jogadores de futebol,que se recusaram em visitar uma entidade espírita mantida pelo clube que pertenciam,alegando que eram evangélicos. Como era de se esperar, a imprensa reagiu com duras críticas e mais uma vez os ditos seguidores de Jesus deixaram para o mundo uma imagem de preconceito e alienação religiosa.



Então, pensando nas implicações de romper com o individualismo dos nossos dias e assumir a sincera postura relacional incondicional de Jesus Cristo, veio a minha memória a propaganda televisiva de um banco, que continha o seguinte slogan:



‘’Relacionamento, o nosso maior investimento’’.



Se a igreja dita evangélica entendesse que a sua missão existencial não é construir edifícios pomposos, não é ir ao congresso e procurar se envolver com questões políticas, não é organizar reuniões fast-food de cura e prosperidade e sim exercitar na sociedade o ministério da reconciliação, veríamos uma nação efetivamente evangelizada. Portanto somente me completo como ser humano, se eu me repartir como o pão da ceia para alimentar os que estão ao meu redor, seja ao amado João ou ao traidor Judas. O partir do pão é para todos.



Como a igreja evangélica se afastou da simplicidade do evangelho da graça, as relações existentes lá, são marcadas pela superficialidade e do falso compromisso travestido de apertos de mão e abraços. Basta você começar a questioná-los para ver as coisas mudarem. Porque são praticantes de obras condicionais. Mas quem está em Cristo vive a realidade de ações incondicionais. Se Ele não o fosse, não receberia Judas, como recebeu a João.



Nele, o nosso amigo, que nos escolheu para estarmos com Ele e uns com os outros.



Paulo César Jr.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Entre o chamado para ser de Cristo e a padronização religiosa

Sempre quando se ouve que alguém se converteu a Cristo, comumente imagina-se que tal pessoa adotará a partir de então, uma série de comportamentos evangelicalizados, terá que suprimir sua intrínseca personalidade para moldurar-se aos padrões existenciais estabelecidos pelos fariseus contemporâneos. Como estive nesse meio religioso, sei bem como são as coisas. E ainda mais quando no tempo de vida ativa de seminarista, onde presenciei fatos que me fizeram enxergar a superficialidade de muitos crentes, com suas mascaras de devoção ortodoxa e com o coração repleto de inveja e de toda sorte de sentimentos carnais; pois o sistema religioso inebria os fracos que possuem a necessidade de reconhecimento, com suas vantagens de auto-afirmação por meio de títulos eclesiásticos. Assim muitos seminaristas se adaptam com facilidade ao jeitinho denominacional de ser, porque sabem que se desejarem viver em conformidade com o evangelho puro e simples, terão que abandonar toda bagagem supérflua de religiosidade e, por conseguinte não obterão sucesso ministerial,pois o sistema valoriza a aparência e não a essência.Como resultado do que acontece nos seminários,grande parte dos evangélicos pregam uma deturpação do sentido real do que seja conversão.Como tudo é aparência,o individuo que se entregou a Jesus tende a querer agrada-lo,mas é discipulado pelos que valorizam a aparência,automaticamente faz de tudo para se adequar ao padrão denominacional pois acredita que é esse o modo aceitável de vida cristã.Lembremos que é em Jerusalém,a cidade dos ininterruptos sacrifícios,na casa da zelosa liderança religiosa acontecia as reuniões dos que intencionavam matar Jesus. Com uma mente renovada na liberdade do evangelho da graça, com uma visão completamente liberta do sistema crentista e com os pés no chão do caminho da fé, estamos aptos a dizer que estar em Jesus é simplesmente viver em nítida conexão com seu amor, é se ver gratuitamente reconciliado, é exalar romanos 8,isto é crer estar eficazmente justificado e eternamente salvo,mas continuando a ser gente de carne e osso,com as mesmas características culturais,com as mesmas aptidões profissionais,mantendo como gente que é,o gosto pela arte,seja de qual gênero for,enfim é não ficar com essa idéia paranóica de perfeccionismo,camuflada de santidade que só faz o mundo descrer ainda mais do que eles pregam.Onde existe a certeza da imerecida reconciliação, não há lugar para neuroses.Quem quiser seguir a Jesus desejará vida e não precisará se complicar nessa alienação religiosa que vemos hoje.Basta segui-lo com simplicidade no coração.Basta inferir que seus mandamentos são vida.E que vivamos em comunhão com o nosso chamado existencial,sem querer se maquiar com os cosméticos do proselitismo.No reino de Deus não há prosélitos e sim discípulos.Para não termos os nossos sentidos espirituais corrompidos pela astúcia dos incautos, pelos ventos de doutrinas que vem e vão, sempre será necessário repetir: a vida do evangelho é simples,não há nada a acrescentar,além da confiança de tudo está consumado.

Em Jesus,a certeza do nosso chamado.
Paulo César Jr.



sexta-feira, 9 de julho de 2010

Será que sem saber você vive um outro evangelho?

Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai, ao qual seja dada glória para todo o sempre. Amém. Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. (Paulo aos Gálatas 1:3-9)



Embora creiamos que existe somente um evangelho que ó da graça de Deus, o qual está além das quatro biografias canônicas do Messias e que é anunciado desde a eternidade, Paulo classifica a deturpação do evangelho como outro evangelho. Essa deturpação é tão por deveras sutil, que arregimenta com facilidade aqueles que gostam da diligencia a uma suposta sã doutrina. Por ser altamente rigoroso e ascético; exerce nos ávidos pela aparência de espiritualidade o poder de afirmação. Por isso atrai os ditos religiosos, sem eles mesmos darem conta de que isso os leva a um caminho de frustração, pois a própria vida se encarrega de ensiná-los, por meio de problemas existenciais, que o legado de aparências puritanas é efêmero, posto que não haja nada oculto que não irá se revelar. Voltando a questão do pseudoevangelho, é imprescindível ressaltar que a sua essência se contrapõe a profundidade do Evangelho da Graça. Então, qualquer ensino ou norma eclesiástica exclusiva que negue o princípio do ministério reconciliador universal de Jesus é um outro evangelho. Qualquer exercício religioso sacrificante que tem por motivação o fazer por merecer a graça imerecida de Deus com suas bênçãos inefáveis é o um outro evangelho. Toda sacramentalização de usos, costumes, liturgias e tradições denominacionais visando à distinção de cristãos e pagãos é um outro evangelho. Pois todas essas coisas por mais excelentes que possam parecer, por mais lógicas e razoáveis, considerando os aspectos disciplinares que venham dar e por mais evangélicas que sejam não serão capazes de proporcionar ao homem a edificação de Cristo em seu espírito. Somente na liberdade do evangelho genuíno recebemos o aperfeiçoamento que o Pai deseja estabelecer em nossas vidas. Portanto toda coerção ou padronização comportamental evangélica não condiz com a identidade cristã do discípulo. A nossa característica distintiva é o evangelho da graça e não códigos normativos. O diferencia o cristão no mundo, o sal da terra é a sua insistência em amar cada ser humano, é a infindável capacidade espiritual de perdoar os ofensivos e dar aos que erram uma segunda chance de reescreverem suas histórias. Esse evangelho da graça é a manifestação ativa do amor reconciliador de Deus pela humanidade, encarnada em Jesus e expressada pelo Espírito Santo na igreja. Na época de Paulo, o outro evangelho era a tentativa de alguns judeus pretensamente convertidos em impor aos gentios cristãos, como questão de salvação, as práticas cerimoniais da Lei mosaica, em especial a circuncisão. Paulo ao escrever sua carta, foi direto ao assunto. Ele ficou deslumbrado de tristeza ao ver que aquelas pessoas, eternamente salvas pela graça de Deus, mediante a fé que justifica sem as obras da lei, foram imediatamente ludibriadas pelo discurso dos judaizantes e por isso estavam dispostas a cometer o erro de calcar o sacrifício da cruz, negando explicitamente a eficaz liberdade conquistada por Jesus. A maioria dos cristãos deliberadamente escolheram trilhar o caminho de uma vida penitencial e legalista por desejarem recompensar a Deus. Isso é inaceitável!Isso é fruto da altivez humana e o evangelho da graça mostra o homem como alvo das bênçãos de Deus por pura e simples misericórdia. As suas devoções, as suas diligentes orações, as ações de caridade, a assiduidade a reuniões da igreja não poderão compensar os benefícios distribuídos por Deus e nem poderão ser a motivação para o cumprimento de qualquer prática piedosa. É difícil para a o homem aceitar, mas a verdade é que Deus como soberano outorga gratuitamente bênçãos sobre maus e bons. Sim, é impossível para o homem fazer por merecer. E Jesus ao proferir a parábola dos trabalhadores da Vinha (Mt 20) nos mostrou essa realidade. Creio que Deus se entristece ao ver que no coração de seus filhos existe o medo de não fazer e ser punido ou o desejo de fazer para conseguir a realização de ambições pessoais. Deus quer que vivamos na casa da segurança e não do temor. E os Gálatas aceitaram as propostas dos judaizantes por causa da insegurança que tinham em relação ao evangelho da graça que ouviram de Paulo. Para vivermos uma vida cristã frutífera é preciso que estejamos fundamentados na segurança da graça divina. E o que nos dá a segurança da misericórdia de Deus diante de nossa inabilidade em obedecer perfeitamente seus mandamentos é o evangelho da graça. Deus quer que abracemos esse evangelho não por causa do céu ou dos milagres que faz, mas sim pelo prazer de viver sob a realidade de seu amor. Para concluir, é importante estarmos certos de que, todo ensino que não esteja em conformidade com o princípio da graça é um outro evangelho. Sejam as rejudaizações, as barganhas com Deus, os sacrifícios financeiros com dízimos e ofertas, a imposição de usos e costumes, tradições denominacionais e padronizações comportamentais, seja qualquer prática ascética ou imposição visando uma santidade moral, novas revelações, profecias, modismos, o princípio aprendido é que não podemos abrir mão do tesouro que recebemos. Essa é a garantia da paz nos nossos corações e a plenitude do desejo do Pai para os homens, o evangelho de sua graça para a glorificação de Jesus.

Um caloroso abraço.

No amor d´Ele.

Paulo César Júnior.